domingo, 8 de março de 2009

DO INÍCIO.


Antes de tudo, um feliz ano novo à todos, apesar de que o reveillion (entenda-se carnaval) já foi há mais de duas semanas.

Bastou aquela semana (eu fiz a quinta e a sexta-feira de cinzas) na pequena Três Marias, para lavar da alma a sujeira impregnada dos ultimos tempos.

Pouco antes da viajem, o arrependimento de quebrar o ciclo de carnavais na maravilhosa Diamantina já se apossava da pessoa jecal, mas, ao primeiro olhar na paisagem, as nuvens se foram e aquela paz preencheu o recipiente do ser que vos escreve.

É um lugar que para muitos seria insosso. Pequena, com suas 30 miles pessoas, sem shopping center, grandes casas noturnas, grandes cafés e livrarias, enfim. Mas um bom matuto só abastece sua bateria no lugar em que ela foi forjada, e assim, geralmente não fico mais do que 1 ou 2 meses sem retornar.

Muitas são as visões daquele lugar, e os mais jovens que lá habitam tendem a rejeitá-la por não pertencer(a cidade) mais ao mundo ultrasônico que nos arrebanha como gado de corte. Mas a minha visão do local é típica de um filho coruja, e só penso na bela e enorme represa, nas cachoeiras, nas pessoas que se cumprimentam ao se cruzarem nas ruas. Lançando mão do "Opa, cê tá bão/boa/beleza?" ou os simples "bom dia/tarde" ou só " Dia/Tarde".

Penso na minha geração de antigos amigos, que sempre retorna nas mesmas épocas, nos singelos programas que só se fazem naquele microcosmo: festa na Taberna do Lago, samba no Hotel (na beira do Lago), a sinuquinha cervejal nos butecos, as rodinhas de violão, o 'churras na casa de fulano', o 'bora nadar na represa?', ou o ápice do ano: A fatídica micareta "Carnamarias" que, nesse caso além de ser o marco da reunião de todas as turmas de egressos da terrinha, é de fato um rebuliço na cidadela, que com grande dificuldade consegue abrigo para todos os turístas. Nesses 3 ou 4 dias, tudo fica pra trás, até mesmo as minhas ressalvas ao axé-music, ao pagode e ao funk, já que são esses os responsáveis pela energia quase palpável que envolvem o trajeto atrás do trio nas estreitas ruas trimarienses.

Enfim, volta-se feliz, e pronto pras batalhas na verdadeira selva.

por G. Borges

4 comentários:

Taísa disse...

Fazia tempo que não aparecia por aqui. Texto bem escrito; tenho saudades das mesmas coisas:"churras na casa do fulano" e olha que sou vegetariana há longos anos. Saladinha+pão+xingamento por não comer carne= Reunião perfeita.

Já li tudinho, prometo.

Aistano disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
borges disse...

Tenho concluído que as pessoas sentem as mesmas saudades, com nomes diferentes.

ps.: e eu também te xingaria por não comer carne!aehuah

Gabriella disse...

Qualquer pessoa merece um safanão por não comer carne. Carne é vida! Carne é luz! Picanha! Alcatra! Lombo! Coxa de galinha! Bacon! Presunto! Mortadela! Salame! SALAMINHO ITALIANOOOO AAAAAAAAAAH

Almôndega.