sábado, 18 de julho de 2009

A Pouca Fala


(Matuto - por Angelica Schmitz)

A Pouca Fala.


há, toda vez

bitela dum esforço

sempre há

a vontadezã, e também a causa

a explicação do silêncio capiau.

ei-la (ou alguma parte dela):


a voz ausente, muita dela

fruto é, não só da costumeira matutância

senão duma querência tenaz

de dizer o certo verdadeiro


o bruto silêncio

espera, só, ser rompido

quando dentro duma casca,

sair palavra essência, ou maior.


escura falta de som

acompanha o bom matuto, muita vez.

inda sim, os pontinhos brilhantes saem

quando em vez

e há quem veja Vênus como estrelinha colorida


pequenos buracos branco-prateados são

trechos de verdadezinhas

que se dão à luz.

palavras sertanejas...


G. Borges

2 comentários:

Gabriella disse...

Então, quando é que você vai abrir a "Escola Gilvan de Poesia"? Quero ser a primeira aluna a se matricular!

Dá até vergonhiiinha (IUHAUIAHUA) do que eu escrevo, heuaheuhaue

Lindo :*

borges disse...

vai gostar do exagero lá longe viu!! :**