domingo, 28 de setembro de 2008

EU PAGO PAU


Paro agora as 3 da manhã, de uma noite onírica.
Eu paro pra retirar da cabeça esse fluido de emoções e lembranças,
antes que ele se apague sozinho, ou se misture com coisas menos nobres
desse sub-inconsciente jecal.
(sabe a ''penseira'' do Dumbledore?)

O que eu vi!

Eu vi malabares fosforescentes girando em volta da bailarina
suspensa num bambolê aéreo sambando em roda da música
enquanto a música dizia obviedades nunca ouvidas,
para surdo-mudos-cegos,
que somos nós todos.

antes de acabar, lá estava eu agradecendo em silêncio
por dois momentos beirei instintos mais primitivos
por um momento me distrai, quase não ouço o acorde
mas houve o tempo

voltei e...
lá estava violino apontado para a morte do cotidiano
armas em punho:
-gaita, metal de sopro, violão e bandolim
mirando todos contra o bafo dessa servidão
aceita de bom grado

uma luta bonita de uma trupe
fazendo grandes atos minúsculos
movendo pequenos músculos
de mãos e dedos e cordas vocais

movendo mundos
mudos em suas vozes ocultas
movendo tudo

que essa areia não deixe de se soprar
que esse vento não cesse
que esse pano não caia
que o poeta sobreviva
e a bailarina se levante sempre
como hoje.

ps.: Para quem não conhece o projeto Teatro Mágico a fundo,
clique no título desse post. E veja, e escute.

por G. Borges

3 comentários:

Taísa disse...

Teatro Mágico até que é legal. Tenho em algum lugar desse computador.

Unknown disse...

Adorei o que você escreveu... Passeando pela internet achei seu blog e tive que parar para ler o que você escreve. Adoro o Teatro e quando vou ao show deles sinto exatamente isso que você descreve com lindas palavras!

Gabriella disse...

Aaah, eu acho que fui num show de setembro de 2008, sim! =DDD